SANGUE DE MISERICÓRDIA
“Num domingo de Ramos, acabando de comungar, fiquei com grande suspensão, de maneira que nem ainda podia a sagrada Hóstia passar; e, tendo-a assim, sem engolir, verdadeiramente me pareceu, quando tornei um pouco a mim, que toda a boca se me tinha enchido de sangue, e também o rosto, e eu toda inteira me achava inundada nele; e sentia-o quente, como se então acabara o Senhor de derramá-lo. Era excessiva a suavidade que experimentei. E disse-me o Senhor : “Filha, quero que meu Sangue Te seja de proveito; e não tenhas medo de que te falte minha misericórdia. Eu o derramei com muitas dores, e tu gozas dele com tão grande deleite, como vês. Bem te pago o banquete que me ofereces neste dia”.
Das “Relações” de Santa Teresa de Jesus, Virgem, Reformadora do Carmelo, Doutora da Igreja