Mês de São José – Dia 16

DÉCIMO SEXTO DIA
MEDITAÇÃO SÃO JOSÉ
16 DE MARÇO

MÊS DE SÃO JOSÉ

Invocação ao Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos
fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
OREMOS
Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santos, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de suas consolações. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Pai Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

MEDITAÇÃO
DÉCIMO SEXTO DIA
Primeira lição de trabalho dada a Jesus que não saiu da regra da idade

Vejo aparecer, como um doce raio de sol em dia de chuva, o meu Jesus, pequeno menino beirando os seus cinco anos, todo loiro e bonito, na sua simples vestezinha azul-clara que lhe desce até ao meio da barriga da perna.
Ele está brincando com terra na horta. Está fazendo montinhos e, em cima deles, vai fincando raminhos, como se estivesse formando bosques em
miniatura. Com pedrinhas faz pequenas estradas, e depois queria fazer um
pequeno lago, aos pés de suas minúsculas colinas, e, para isso, pega o fundo de uma vasilha velha e o enterra até à beira, depois a enche de água com um
jarro que ele mergulha num tanque, certamente usado como lavatório ou para regar a pequena horta. Mas não consegue nada mais do que molhar toda a
roupa, especialmente as mangas. A água escapa da vasilha, que está toda esburacada e o lago contínua seco.
José aparece à porta e, em silêncio, fica a olhar, por algum tempo, a trabalheira do Menino, e sorri. De fato, é um espetáculo que faz sorrir de
alegria. Depois, para que Jesus não continue a molhar-se, ele o chama.Jesus se vira sorrindo e, vendo José, corre para ele com os bracinhos estendidos. José, com a ponta da sua veste de trabalho enxuga as pequenas mãos molhadas e cheias de terra, e as beija. E um doce diálogo se inicia entre os dois. Jesus explica o seu trabalho e o seu brinquedo, e as dificuldades que encontrou para executá-los. Ele queria fazer um lago, como aquele de
Genezaré. Ele queria fazer aquele lago em miniatura para seu divertimento.
Aqui, neste ponto era Tiberíades, ali Magdala, lá adiante, Cafarnaum. Esta era a estrada que, passando por canã, ia para Nazaré. Ele queria lançar
pequenos barcos no lago – estas folhas são os barcos – e passar para a outra
margem. Mas a água está escapando. José observa, e se interessa, como se fosse uma coisa séria. Depois ele
propõe de fazer, amanhã, um pequeno lago, não com aquela vasilha furada, mas
com um pequeno tanque de madeira, bem calafetado com breu, sobre o qual
Jesus teria podido lançar verdadeiramente barquinhos de madeira que José o
ensinaria a fazer. Agora mesmo ele já estava trazendo pequenas ferramentas de trabalho, apropriadas para Jesus, afim de que Ele pudesse aprender a
usá-las, sem se cansar muito.
“Assim eu te ajudarei!”, diz Jesus, com um sorriso.
“Sim, vais-me ajudar, e depois te tornaras um bom carpinteiro. Vem vê-las!”.
E entram na oficina. José lhe mostra um pequeno martelo, uma serrinha, pequenas chaves de parafuso, em serrote, tudo colocado sobre um banco de
carpinteiro na relva, um banco adaptado à altura do pequeno Jesus.
“Olha, para serrar coloca-se esta madeira apoiada assim. Pega-se depois a serra assim, e prestando atenção para não ir com ela sobre os dedos, se serra. Experimenta. “
E a lição começa. Jesus tornando-se vermelho, pelo esforço feito, e
apertando os lábios, vai serrando com atenção e, depois, alisa a pequena tábua com a plaina e, ainda que tenha ficado um pouco torta, parece-lhe bonita, e José o elogia, e o ensina a trabalhar com paciência e amor.
Maria retorna, certamente estava fora de casa, e aproximando-se da porta de saída, Ela olha. Os dois não a estão vendo, porque estão de costas para Ela.
A Mamãe sorri, ao ver o cuidado com que Jesus trabalha com a plaina, e afeto com que José o ensina.
Mas Jesus deve estar sentindo aquele sorriso. Ele se vira, vê a Mamãe, e corre para Ela com a sua tabuinha semi-aplainada, e lhe mostra. Maria fica
admirada, e se inclina para beijar Jesus. Ela compõe os cachinhos do cabelo desalinhado, enxuga-lhe o suor do rosto afogueado, escuta com afeto Jesus, que lhe promete fazer-lhe um banquinho, para ficar mais cômodo para
Ela trabalhar.
José, em pé junto ao pequeno banco, com as mãos nas ilhargas, olha e sorri.
Eu assisti à primeira lição de trabalho do meu Jesus. E toda a paz desta família Santa está em mim.

Jesus diz:
“Eu te consolei, alma querida, com uma visão da minha infância, feliz em sua pobreza, porque ela estava cercada pelo afeto de dois Santos, que maiores, o mundo não tem. Dizem que José foi o meu sustento. Oh! Se ele não pode, por ser homem, dar-me o leite, com que Maria me nutriu, ele, por assim dizer, se partiu a
si mesmo em pedaços no trabalho, para me dar pão e conforto, e teve para comigo a gentileza de afetos de uma verdadeira mãe. Dele eu aprendi – e nenhum aluno jamais teve um mestre melhor – tudo o que faz do menino um
homem. E um homem que tem que ganhar o seu pão.
Se a minha inteligência de Filho de Deus era perfeita, é preciso refletir
e crer que eu não quis sair insolitamente dos limites da
minha idade. Por
isso, humilhando a minha perfeição intelectual de Deus ao nível de uma
perfeição intelectual humana, sujeitei-me a ter por mestre um homem, a ter
necessidade de alguém que me ensinasse. E se, depois, aprendi com rapidez e
boa vontade, isso não me tira o merecimento de ter-me sujeitado a um homem,
ao homem justo, que ensinou à minha pequena mente as noções necessárias para
a vida.
As horas saudosas, passadas ao lado de José, para o qual foi como um brinquedo ensinar-me a ser capaz de trabalhar, Eu não me esqueço, nem agora
que estou no céu. E, quando olho para o meu Pai putativo, revejo o pequeno pomar e a oficina fumacenta, e me parece estar vendo a Mamãe chegar com
aquele seu sorriso, que transformava em ouro aquele lugar, e nos tornava
felizes.Quanto teriam que aprender as famílias da perfeição destes esposos que se
amaram como nenhum outro casal!
José era o chefe. Não discutida e evidente era a sua autoridade familiar, diante da qual se inclinava respeitosamente a da Esposa e Mãe de Deus e se
sujeitava o Filho de Deus. Tudo estaria bem, se José resolvia fazê-lo, sem discussões, sem teimosia, sem resistências. A sua palavra era a nossa pequena lei. E, não obstante isso, quanta humildade nele! Nunca um abuso de
poder, nunca uma vontade contra a razão, Só por ele ser o chefe. A Esposa era a sua suave conselheira. E, se, em sua humildade também profunda, Ela se julgava a serva de seu consorte, o consorte ia buscar na sabedoria dela, que
era a Cheia de Graça, a luz que o guiava em todos os acontecimentos.
E Eu crescia como uma flor protegida por duas árvores vigorosas, entre
estes dois amores, que se entrelaçavam sobre Mim para me proteger e me amar.
Não. Enquanto a idade me fez ignorar o mundo, Eu não tive saudades do
Paraíso. Deus Pai e o Divino Espírito não estavam ausentes, porque Maria
estava repleta Deles. E os anjos ali moravam, porque nada os afastava daquela casa. E um deles, poderia dizer, havia assumido a carne, e era José,
alma angélica, libertada do peso da carne, e somente ocupada em servir a Deus e à sua causa, e a amá-lo, como amam os serafins. O olhar de José!
Plácido e puro como uma estrela que não conhece as concupiscências terrenas.
Ele era o nosso repouso e a nossa força.
Muitos acham que Eu não tenha humanamente sofrido, quando a morte veio apagar aquele olhar santo, que vigiava a nossa casa. Se Eu era Deus e, como
tal, conhecedor da feliz sorte que esperava José, e por isso, não
entristecido pela sua partida que, depois de uma breve parada no limbo, lhe teria aberto o céu, contudo, como Homem chorei naquela casa, que ficou para
nós vazia da sua amorosa presença. Chorei sobre o amigo falecido. E, não haveria de chorar sobre este meu santo, sobre cujo peito Eu tinha dormido,
quando era pequenino, e do qual, durante tantos anos tinha tido amor?
Enfim, faço observar aos pais como, sem o auxílio de uma erudição pedagógica, José soube fazer de Mim um hábil operário. Logo que cheguei à
idade em que já podia manejar as ferramentas, sem deixar que eu me entrega-se à ociosidade, ele me encaminhou para o trabalho, e do meu amor por Maria ele se valeu para me estimular a trabalhar. Fazer objetos úteis à
Mamãe. E era assim que ele me inculcava o devido respeito para com a mamãe, que todo o filho deveria ter, e era sobre esta respeitosa e poderosa alavanca que ele se apoiava para ensinar ao futuro carpinteiro…

ORAÇÃO FINAL
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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