DÉCIMO TERCEIRO DIA
MEDITAÇÃO SÃO JOSÉ
13 DE MARÇO
MÊS DE SÃO JOSÉ
Invocação ao Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos
fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
OREMOS
Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santos, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de suas consolações. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Pai Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
MEDITAÇÃO
DÉCIMO TERCEIRO DIA
ADORAÇÃO DOS MAGOS. É EVANGELHO DA FÉ
Maria está sentada com o Menino no colo, perto dela, em pé, está José. Os magos ficam de joelhos, apoiados sobre os calcanhares. Eles puseram diante de si os três objetos que levaram, e estão esperando.
Os três sábios contemplam o Menino…
O mais velho dos sábios fala por todos. Explica a Maria que eles viram, numa noite no mês de dezembro passado, acender-se uma nova estrela no céu com esplendor fora do comum. Nunca os mapas do céu tinham trazido aquele astro, nem falado nele. O seu nome não era conhecido, porque não tinha nome. Tendo, então, nascido do seio de Deus, aquela estrela teria aparecido para vir dizer aos homens alguma verdade bendita, algum segredo de Deus.
“Aqui tens o ouro, como convém a um rei; aqui tens o incenso, como convém a Deus; e aqui tens, ó Mãe, a mirra, pois o teu Filho é Homem, além de Deus, e da carne e da vida humana conhecerá a amargura e a lei inevitável da morte. Nosso amor não queria dizer-lhe estas palavras, mas ficar sempre pensando que Ele é Eterno, até em sua carne, como eterno é o seu Espírito. Mas, ó mulher, se os nossos mapas, e também as nossas almas, não erram, Ele é o teu Filho, é o Salvador, o Cristo de Deus, e por isso deverá, para salvar a terra, tomar para Si o seu mal, um dos quais é o castigo da morte. Esta resina é para aquela hora. Para que os corpos que são santos não conheçam a putrefação da corrupção, e conservem sua integridade até o dia da ressurreição. Que por estes nossos presentes Ele se lembre de nós e salve a estes seus servos, dando-lhes o seu Reino. Por enquanto, para que sejamos santificados, que a Mãe conceda o seu Pequenino ao nosso amor, para que, beijando os seus pés, desça sobre nós a bênção celestial…
Jesus diz:
“E agora? Que vos direi, ó almas, que percebeis que a fé está morrendo? Aqueles sábios do Oriente nada tinham que lhes desse a certeza da verdade. Nada tinham de sobrenatural. Tinham apenas os cálculos astronômicos e as suas reflexões, que a vida íntegra, que eles levaram, tornava perfeitas. Contudo, tiveram fé. Fé em tudo: fé na ciência, fé na consciência, fé na bondade divina.
Só eles, entre tantos estudiosos de sinais, compreenderam aquele sinal, porque só eles tinham na alma a ânsia de conhecer as palavras de Deus com um fim reto, que consistia antes de tudo em dar imediata honra e louvor a Deus. Não procuravam sua própria utilidade. Ao contrário, eles vão de encontro a fadigas e despesas, e não pedem nenhuma compensação humana. Pedem somente que o seu Deus se lembre deles e os salve para a eternidade.
“Eu disse que eles eram “humildes, porque verdadeiramente grandes”. Eles, os três sábios, eram realmente grandes. Em primeiro lugar, por virtude sobrenatural; em segundo lugar, pela ciência; e, por último, pela riqueza. Mas eles se julgam nada: pó sobre o pó da terra, se comparados com Deus Altíssimo, que cria os mundos com um sorriso, espalhando-os pelo espaço, como grãos de trigo, para alegrar os olhos dos anjos com os colares de estrelas.
Humildes e generosos. Obedientes às “vozes” do Alto. Essas vozes mandam que eles levem presentes ao Rei recém-nascido. Eles levam presentes. Não dizem: “Ele é rico, e não precisa disso. Ele é Deus, e não conhecerá a morte”. Eles obedecem. São os primeiros que acodem à pobreza do Salvador. Como chegou em boa hora aquele ouro, para quem amanhã deveria sair de sua terra como fugitivo! Como foi significativa aquela mirra, para quem, dentro em breve, seria morto. Como foi piedoso aquele incenso, para quem teria que sentir o mau cheiro da luxúria humana fervendo ao redor de sua infinita pureza! Humildes, generosos, obedientes e respeitosos um para com o outro. As virtudes geram outras virtudes. Das virtudes voltadas para Deus, nascem virtudes para o próximo. Respeito que, no fim, é caridade.
Mas, ó filhos, há outro ensinamento nesta visão. A postura de José, que sabe ficar em “seu” lugar. Ele está presente como guarda e tutor da Pureza e da Santidade. Mas não é um usurpador dos direitos delas. É Maria, com o seu Jesus, que está recebendo homenagens e palavras. José se alegra por ela, não ficando amargurado por ser uma figura secundária. José é um justo: o Justo. É justo sempre, também nesta hora. As fumaças da festa não lhe sobem à cabeça. Ele continua humilde e justo.
Ele se sente feliz pelos presentes. Não por si mesmo. Mas porque pensa que com eles poderá fazer a vida de sua esposa e do doce Menino mais cômoda. Não existe avidez em José. Ele é um trabalhador, e continuará a trabalhar. Contanto que “Eles”, os seus dois amores, tenham o necessário, e algum conforto. Nem ele nem os magos sabem que aqueles presentes vão servir durante uma fuga e uma vida no exílio, nas quais as substâncias desaparecem como uma nuvem impelida pelo vento… mas eles vão servir também para quando voltarem à pátria, depois de terem perdido tudo o que tinham deixado, os clientes, os móveis, salvando-se somente as paredes da casa protegida por Deus, porque nela é que Ele se uniu à virgem e se fez Carne.
José é humilde, ele, que é guarda de Deus e da mãe de Deus, esposa do Altíssimo, chega até a segurar o estribo para estes vassalos de Deus. José é um pobre carpinteiro, porque a prepotência humana despojou os herdeiros de Davi de suas propriedades reais. Mas ele é sempre da estirpe de Davi e tem traços de rei. Também em relação à ele vale aquele dito: “Era humilde, porque era realmente grande”.
ORAÇÃO FINAL
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.