VÍCIOS OPOSTOS ÀS VIRTUDES DE ORDEM
Desordem
Assim como Eu sou a própria ordem da qual, desde toda a eternidade, procedem todos os bens, Satanás, criatura culpável, desde sua funesta caída, é responsável por toda desordem, comunicando-a e espalhando-a a tudo quanto toca. Desde que a soberba invadiu seu coração, Satanás é a própria desordem. Toda desordem procede dele.
É imponderável a grande desordem que existe no mundo, nas almas e na vida espiritual. Esse vício maldito que tira e afasta a paz, tudo corrompe e tudo alcança. A paz, ou seja, o Espírito Santo que a produz, não pode fixar sua tenda onde há desordem.
Há desordem na memória, na inteligência e na vontade humana. Há desordem em todos os sentidos e tendências. Nos atos interiores e exteriores. Sabeis quem é o pai do pecado? A desordem. A desordem, em maior ou menor grau, produz todos os pecados. Observai quão horrível e perigosa é a desordem!
Uma alma ordenada não peca. Se cai em alguma fraqueza, logo se levanta e se recompõe, porque a oração a sustenta. Mas uma alma desordenada irá de precipício em precipício, até arruinar-se e afundar no profundo abismo da sua perdição eterna.
Todos os vícios nascem da desordem, sua inseparável companheira.
Há desordem no comer, no beber, no vestir, no dormir, no recriar-se e em todos os atos corporais e espirituais. Na desordem das paixões, reside o pecado.
Muitas vezes, a vida espiritual encontra-se em desordem, quando, em verdade, haveria de ser reta e ordenada. Nas comunidades religiosas e entre os que dizem Meus, é lamentável esse grande mal. Quando a alma se ordena, ela também se santifica. Enquanto não se ordena, não pode se dizer Minha, porque Eu não aceito quem é inimigo da Minha divindade. Pelo mesmo motivo, onde mora a desordem, ou seja, o pecado, a soberba, a inveja, o ciúme e as demais paixões vis e rasteiras, ali há a desordem, isto é, o completo desequilíbrio das Minhas santas leis.
Quanta desordem existe no mundo e nas almas que se dizem Minhas!
Muitas almas são movidas por paixões e pecam durante toda a sua vida numa contínua desordem.
Os únicos remédios contra a desordem são a retidão, o trabalho, a correspondência e a fidelidade, unidas a uma suma docilidade com que devem revenciar um diretor espiritual santo.