Mês de São José – Dia 12

DÉCIMO SEUNDO DIA
MEDITAÇÃO SÃO JOSÉ
12 DE MARÇO

MÊS DE SÃO JOSÉ

Invocação ao Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos
fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
OREMOS
Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santos, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de suas consolações. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Pai Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

MEDITAÇÃO

DÉCIMO SEGUNDO DIA
A VISITA DE ZACARIAS. A SANTIDADE DE JOSÉ E OBEDIÊNCIA AOS SACERDOTES

Compreendo que estou na casa hospitaleira em que foi acolhida a sagrada Família. E é aí que assisto à chegada de Zacarias. Isabel não veio com ele.
Ouço que José lhe pergunta sobre o pequeno João.

  • O homem, que me mandaste disse-me que estáveis sem casa, quando Menino nasceu. Sabe-se lá quanto tereis sofrido.
  • Sim, é bem verdade. Mas o nosso medo era maior do que o incômodo. Tínhamos medo que prejudicasse o Menino. Nos primeiros dias tivemos que ficar sem casa. Mas não faltou nada para nós, porque os pastores levaram a boa nova aos habitantes de Belém. E foram muitos os seus presentes. Mas faltava uma casa, faltava um aposentado mais resguardado, uma cama. Jesus chorava tanto, especialmente à noite, por causa do vento que entrava por toda a parte. Eu fazia um pouco de fogo. Pouco, porque a fumaça fazia o Menino tossir…e o frio continuava. Dois animais esquentam pouco, especialmente lá onde o ar frio entra por todos os buracos! Faltava água quente para lavar o Menino. Faltava roupa seca para trocá-lo. Oh! Ele sofreu muito! E Maria sofria ao vê-lo sofrer. Se eu sofria…podes imaginar Sua mãe. Ela lhe dava leite e lágrimas, leite e amor. Agora, aqui estamos melhor. Eu tinha preparado um berço muito cômodo, e Maria o tinha completado com um colchãozinho bem macio. Mas ficou em Nazaré! Ah! Se Ele tivesse nascido lá, teria sido diferente!
  • Mas o Cristo devia nascer em Belém. Foi profetizado.
    Vós deveis permanecer aqui. O Messias deve crescer em Belém. É a cidade de Davi. O Altíssimo o conduziu, por meio da vontade de César, para vir nascer na terra de Davi, a terra santa da Judéia. Amanhã este Menino deverá ser o Salvador do seu povo…Além disso, aqui, perto de mim, poderei ajudar-vos um pouco, e pôr tudo o que possuo, a serviço deste Recém-Nascido. E quando Ele estiver na idade de compreender, serei feliz de ser-lhe o mestre…
    Maria olha para José e José olha para Maria. Maria está pensando em sua casinha. José pensa no seu trabalho. Aqui tudo está por refazer, num lugar onde, até poucos dias atrás, eles eram desconhecidos. Aqui não há nada daquelas coisas queridas, que foram deixadas lá, e preparadas com tanto amor para o Menino.
    E Maria diz:
  • Que vamos fazer? Lá deixamos tudo. José havia trabalhado tanto pelo meu Jesus, sem poupar fadiga ou dinheiro. Havia trabalhado até de noite, porque de dia trabalhava para os outros ganhando o necessário para comprar as madeiras mais belas, a lã mais macia, o linho mais alvo, para Jesus. Ele tinha construído colméias e trabalhado de pedreiro, para dar à casa uma disposição melhor, a fim de que o berço pudesse ficar no meu quarto, e aí permanecesse até que Jesus estivesse mais crescido e o berço daria lugar à sua casa, pois Jesus ficará comigo até a adolescência.
  • José pode ir lá buscar o que deixastes.
  • E onde colocá-lo? Tu sabes, Zacarias, que nós somos pobres. Não temos mais que nosso trabalho e a casa, isto é o que nos dá sustento, sem passarmos fome. Mas aqui…trabalho poderemos achar, talvez. Mas teremos sempre que pensar em uma casa.. Esta boa mulher não pode nos hospedar sempre. Eu não posso sacrificar José, mais do que ele já se sacrificou por mim!
  • Oh! Eu! Para mim não é nada! Eu penso na dor de Maria. A dor de não estar em sua casa.
  • Eu penso que aquela casa lhe deve ser querida como o Paraíso, pelo prodígio que nela se realizou. Eu falo pouco, mas entendo muito. Se não fosse por isso, não me afligiria. Trabalharei dobrado, eis tudo. Sou forte e jovem para trabalhar o dobro do que costumava, para prover a tudo. Se Maria não sofrer muito, e se tu me dizes que é bom fazer assim…aqui estou…Farei aquilo que vos parecer mais justo. Basta que a Jesus seja útil.

Depois, Maria diz: Por ora, eu te alivio o espírito, mostrando-te a santidade de José, que era homem, ou seja, que não tinha outra ajuda para o seu espírito, senão a sua santidade. Eu tinha todos os dons de Deus, na minha condição de imaculada. Embora não o soubesse, na minha alma esses dons eram ativos e me davam forças espirituais. Mas ele não era imaculado. A natureza humana estava nele com todo o seu peso grave, e ele devia erguer-se para a perfeição com o todo aquele peso à custa de contínua fadiga de todas as suas faculdades, para poder alcançar a perfeição a ser agradável a Deus.
Oh! Meu Santo Esposo! Santo em todas as coisas, até nas mais humildes coisas da vida. Santo, pela sua castidade de anjo. Santo pela sua honestidade de homem. Santo pela sua paciência, pela sua operosidade, pela sua serenidade sempre igual, pela sua modéstia, por tudo.
Sua santidade brilha também neste acontecimento. Um sacerdotes lhe diz: “É bom que tu te estabeleças aqui”, e ele, mesmo sabendo quão maior será a fadiga que irá encontrar, diz: “Para mim não é nada. Penso na dor de Maria. Se não fosse por isso, por mim eu não me afligiria. Basta que isso seja útil a Jesus”. Jesus e Maria são os seus angélicos amores. Não amou nada mais sobre a terra, este meu santo esposo. E desse amor, ele mesmo se fez servo.
Já o fizeram protetor das famílias cristãs e dos trabalhadores, e de muitas outras categorias. Mas, não somente dos agonizantes, dos esposos, dos operários; deveria-se fazê-lo protetor, também dos consagrados. Qual entre os consagrados da terra, a serviço de Deus, seja ele qual for, se terá consagrado assim a serviço de Deus, aceitando tudo, renunciando a tudo, suportando tudo, cumprindo tudo prontamente, com espírito alegre, com um humor constante, como ele fez? Não, não há.
Eu te faço observar uma outra coisa, ou melhor, duas.
Zacarias é um sacerdote. José não é. Mas observa bem como aquele que não é sacerdote tem o espírito no Céu, mais que o próprio sacerdote. Zacarias pensa humanamente, interpretando assim as Escrituras. Pensa em poder ser útil a Jesus. Não útil como quer ser José, servindo-o, mas útil, fazendo-se mestre dele…
Eu procurei fazê-lo ver a luz nas profecias, mas ele se julgava mais douto do que eu, e usava esse seu julgamento a seu modo. Eu teria podido insistir e vencer. Mas – e aqui está a segunda obervação que desejo que faças – eu respeitei o sacerdote pela sua dignidade, e não pelo seu saber.
O sacerdote é, geralmente, sempre iluminado por Deus. Disse “geralmente” porque ele deve ser um verdadeiro sacerdote. Não é a veste que consagra, é a alma. Para se julgar se alguém é verdadeiro sacerdote, é necessário julgar o que sai de sua alma. Quanto aos outros, é preciso que se tenha caridade sobrenatural, e que se reze por eles.
Obedecer salva sempre. Tu estás vendo. Nós obedecemos. E tudo correu bem. Foi muito mais fácil a fuga para o Egito por Belém, ainda que sendo uma fuga igualmente dolorosa.

ORAÇÃO FINAL
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

Compartilhe com seus amigos...