Mês de São José – Dia 7

SÉTIMO DIA – MEDITAÇÃO SÃO JOSÉ
07 de Março

MÊS DE SÃO JOSÉ
SÉTIMO DIA

Invocação ao Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos
fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
OREMOS
Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santos, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de suas consolações. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Pai Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

MEDITAÇÃO
O SOFRIMENTO DE JOSÉ
Também o meu José teve a sua Paixão. Ela começou em Jerusalém, quando ele percebeu o meu estado. E não foi espiritualmente pouco dolorosa. Mas unicamente pela santidade de um justo, como era o meu esposo, é que ficou limitada a uma forma tão cheia de dignidade e de segredo, que ficou pouca conhecida, através dos séculos.
Oh! A nossa primeira paixão! Quem poderá falar da íntima e silenciosa intensidade dela? Quem saberá dizer qual a minha dor, ao ver que o céu ainda não me havia atendido em revelar o mistério a José?
Que ele nada sabia, eu já tinha compreendido, ao vê-lo respeitoso comigo, como de costume. Se ele tivesse sabido que eu trazia em mim o Verbo de Deus, ele teria adorado o Verbo encerrado em meu ventre, com atos de veneração que são devidos a Deus, e que ele não teria deixado de praticar, como eu também não me teria recusado a receber, não por causa de mim, mas por Aquele que estava em mim, que eu em mim trazia, assim como a Arca da Aliança continha o código escrito na pedra e os vasos de maná.
Quem pode dizer qual foi a minha luta contra o desânimo, que queria me vencer, para me persuadir de que eu havia esperado em vão no Senhor? Oh! Eu creio, que isso vinha da raiva de satanás! Eu senti a dúvida que crescia em meus ombros, e que espichava suas garras geladas para aprisionar minha alma e fazê-la deixar de orar. A dúvida, que é tão perigosa e letal para o espírito. Letal, porque ela é o primeiro agente da doença mortal chamada “desespero”, e contra a qual é preciso reagir com toda a forma para não perecer na alma e perder Deus.
Quem pode dizer com toda a verdade qual a dor de José, quais os seus pensamentos, qual a perturbação que ele sentiu em seus afetos? Como um pequeno barco apanhado por uma grande tempestade, ele se achava num encontro entre idéias opostas, como em uma dança ao redor de reflexões, cada uma mais pungente e mais capaz de fazer sofrer do que a outra. Ele era um homem que, pelas aparências, só podia ter sido traído por sua mulher. Por isso, ele via desmoronar, ao mesmo tempo, o seu bom nome e a estima em que ele era tido naquele lugar. Por causa disso, ele se sentia apontado o dedo e alvo de compaixão pelos habitantes da cidade, via morrerem o afeto e a estima de que até então eu vinha gozando, diante da evidência de um fato.
É aqui que a santidade dele resplandece ainda mais brilhante do que a minha. Eu dou testemunho disso com todo o meu afeto de esposa, porque quero que ameis o meu José, este homem sábio e prudente, este homem paciente e bom, que não está separado do mistério da Redenção, mas muito unido a ele, pois, por essa dor que o consumou, ele salvou para vós o Salvador, às custas de seu sacrifício e de sua santidade.
Tivesse ele sido menos santo, teria agido como os homens: me teria denunciado como adúltera, para que eu fosse apedrejada, e o filho do meu pecado morresse comigo. Tivesse ele sido menos santo, Deus não lhe teria concedido a sua luz em tão grande provação. Mas José era Santo. Seu espírito puro vivia em Deus. A caridade nele era acesa e forte. Foi pela caridade que ele salvou para vós o Salvador, tanto quanto ele não quis me acusar diante dos anciãos, como também quando, deixando tudo, com uma pronta obediência, salvou Jesus, levando-o consigo para o Egito.
Breves em número, mas grandes em intensidade, foram aqueles três dias do sofrimento de José. E deste meu primeiro sofrimento. Porque eu compreendia o sofrimento dele, mas não podia aliviá-lo de modo algum, por causa da obediência ao decreto de Deus, que havia dito: “Cala-te”.
Quando, tendo chegado a Nazaré, eu o vi sair, depois de uma curta saudação, todo curvo e como se tivesse envelhecido em pouco tempo, e não voltar mais a mim, como era de costume, vos digo, filhos, que o meu coração chorou com uma dor grande e aguda. Fechada em minha casa, só, naquela casa em que tudo me fazia recordar a Anunciação e a Encarnação, e onde tudo me falava de José, desposado por mim em uma virgindade imaculada, eu tive que resistir ao desconforto, às insinuações de satanás, e ficar esperando. Orando, perdoar a suspeita de José, e ao seu gesto de justo desdém para comigo.
Filhos, é preciso esperar, rezar, perdoar, para se obter que Deus intervenha em nosso favor. Vivei, vós também, o vosso sofrimento. Ele é devido às vossas culpas. Eu vos ensino como superá-lo e transformá-lo em alegria. Esperar, além de toda medida. Rezar sem desconfiança, perdoar, para serdes perdoados. O perdão de Deus será a paz que desejais, meus filhos.

ORAÇÃO FINAL
Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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