QUINTO DIA DA NOVENA
24 de Fevereiro
QUINTA-FEIRA
NOVENA À SAGRADA FACE
Oração inicial
Senhor, eu procuro a Vossa Face!
Não me repilais para longe dela por causa dos meus pecados; não desvieis de mim o Vosso Santo Espírito. Fazei brilhar sobre mim a luz da Vossa Face, instrui-me no caminho dos Vossos mandamentos.
Eterno Pai, contemplai a Face do Vosso Filho e por seus infinitos merecimentos concedei-me um ardente desejo de reparar as injúrias feitas à Vossa Divina Majestade. Assim seja.
Quinto Dia
Meditação
Quantas vezes olho para a alma que pecou, mas, ela olha também? Nem sempre se encontram nossos olhares. Quantas vezes olho para a alma e ela não olha para Mim, não Me vê, está cega…Chamo-a pelo seu nome e não Me responde.Envio-lhe uma pena, uma dor, para que saia de seu sonho, mas não quer acordar.
4) Meus amados, se não olhais para o Céu, vivereis como seres privados de razão…Levantai a cabeça e contemplai a Pátria que vos espera. Buscai a vosso Deus e sempre O encontrareis com os olhos fixos em vós; e em Seu olhar encontrareis a paz e a vida.
5) Contemplai-Me na prisão onde passo grande parte da noite. Os soldados vinham insultar-Me com palavras e com ações, empurrando-Me, socando-Me, zombando de Minha condição de homem.
6) Quase ao amanhecer, fartos de Mim, deixaram-Me sozinho, preso em um lugar escuro, úmido e hediondo, cheio de ratos. Estava preso de tal modo que só podia permanecer em pé ou sentado em uma pedra pontiaguda, que foi tudo o que Me deram como assento. Meu corpo dolorido logo ficou hirto de frio. Lembrei-Me dos milhares de vezes em que Minha Mãe cobria Meu corpo, agasalhando-o quando tinha frio…e chorei.
7) Vamos agora comparar a prisão com o Sacrário e, sobretudo, com os corações dos homens. Na prisão passei uma noite… Quantas noites passo no Sacrário?
8) Na prisão Me ultrajaram os soldados que eram Meus inimigos; mas no Sacrário Me maltratam e Me insultam almas que Me chamam de Pai. Na prisão passei frio, sono, fome, vergonha, tristeza, dores, solidão, desamparo. Via, no transcurso dos séculos, como Me faltaria o abrigo do amor em tantos Sacrários. Quantos corações gelados seriam para Mim como a pedra da prisão!
9) Quantas vezes teria sede de amor, sede de almas! Quantos dias espero que tal alma Me venha visitar, receber-Me em seu coração, porque passei a noite sozinho e pensava nela para matar Minha sede! Quantas vezes sinto fome de Minhas almas, de sua fidelidade, de sua generosidade!
10) Saberão elas acalmar estas ânsias? Saberão dizer-Me, quando tiverem que passar por algum sofrimento: “isto servirá para aliviar Tua tristeza, para acompanhar-Te em Tua solidão”? E, ai!, se, pelo menos, unidos a Mim suportásseis tudo com paz e saísseis fortalecidos por terdes consolado Meu Coração…
11 Na prisão senti vergonha ao ouvir as palavras horríveis que diziam contra Mim; e essa vergonha aumentou ao ver que, mais tarde, essas mesmas palavras seriam repetidas por almas amadas.
12) Quando aquelas mãos sujas e repugnantes descarregavam sobre Mim socos e bofetadas, vi quantas vezes seria golpeado por tantas almas que, sem se purificarem de seus pecados, sem limpar sua casa com uma boa confissão, receber-Me-iam em seus corações. Esses pecados habituais descarregariam sobre Mim repetidos golpes.
13) Quando Me faziam levantar aos empurrões, sem forças e por causa das correntes que Me prendiam, Eu caía no chão. Vi como tantas almas, atando-Me com as correntes de sua ingratidão, deixar-Me-iam cair sobre as pedras, renovando Minha vergonha e prolongando Minha solidão. Contemplai-Me nesta noite de tanta dor, e considerai que esta dor se prolonga na solidão de tantos Sacrários, na frieza de tantos corações.
15) Se desejais dar-Me uma prova de vosso amor, abri-Me vosso coração para poder fazer dele Minha prisão. Atai-Me com as cadeias de vosso amor. Cobri-Me com vossas delicadezas, alimentai-Me com vossa generosidade. Saciai Minha sede com vosso zelo. Consolai Minha tristeza e desamparo com vossa fiel companhia. Fazei desaparecer Minha vergonha com vossa pureza e retidão de intenções.
16) Se quereis que Eu descanse em vós, evitai o tumulto das paixões e, no silêncio de vossa alma, dormirei tranquilo. De vez em quando ouvireis Minha voz que vos diz suavemente:
“Minha Esposa, que agora és Meu descanso, serei teu pela eternidade. _A ti, que com tanto desvelo e amor Me confias a prisão de teu coração, Eu te prometo que Minha recompensa
não terá limites e não te pesarão os sacrifícios que tiveres feito por Mim durante tua vida”.
Oh! Meu pacientíssimo Jesus!
Na noite tenebrosa de Vossa Paixão, Vossa Face sacrossanta tornou-se semelhante à de um leproso! Desprezos, escarros, bofetadas e injúrias sem número, desfiguraram Vosso formoso semblante!
Perdoai, Senhor, Vosso povo ingrato que com suas blasfêmias, sensualidade e crimes de toda a espécie, renovam tão horríveis afrontas à Vossa Face augusta e veneranda!
Perdoai, Senhor!
Consideração:
Jesus tem os olhos cerrados para não ver os meus pecados… Continuarei nas minhas iniqüidades?…
Até quando afrontarei essa Face que pacientemente sofre e me espera?… Até quando?… Até quando?…
Não a consolarei com a minha entrega total?…
Virtude a praticar:
Tende a coragem da fé, não temais o olhar e a palavra dos homens, quando se tratar de um dever a cumprir ou de uma falta a evitar.
Oração Final
Deus todo-poderoso e misericordioso, nós Vos suplicamos que, venerando a Face Santíssima de Vosso Filho, desfigurada na Paixão por causa dos nossos pecados, mereçamos contemplá-la eternamente no resplendor da glória celeste. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim seja.