VÍCIOS OPOSTOS ÀS VIRTUDES DE CARIDADE
Vingança
A vingança é uma paixão baixa, miserável e rasteira que inunda o mundo. Ainda que em graus diferentes, aninha-se também – horror! – no caminho e na vida espiritual, entre os que se dizem Meus. A vingança é filha de Satanás, companheira da ira e da cólera: vem da mesma família e com o mesmo objetivo capital: roubar Minha glória e perder as almas.
Não há coisa mais sombria que obscureça o coração humano do que a vingança. É mais culpável que outras paixões, mais culpável que a cólera e a ira, pois, geralmente, não é precipitada – caso contrário estaria na cólera, mas é maldosamente planejada.
Por isso, é um pecado muito grave: compraz-se o coração no mal que vai praticar contra o irmão. Esse gosto saboroso agrava a vingança a ponto que só Eu vislumbro plenamente o tamanho da sua malícia.
A vingança afronta diretamente todas as leis divinas e humanas do santo e ineludível mandamento do amor ao próximo. Quem ama a Mim, amará o irmão e o perdoará; quem odeia o irmão, odeia e ofende a Mim. Eu não perdoo quem não perdoa o irmão. Meus olhos desviam-se do vingativo, o qual, caso não se detenha em seus propósitos de vingança, despencará de precipício em precipício até afundar-se definitivamente. Ninguém pode acercar-se de Mim se não perdoa de todo o coração as injúrias do irmão. Nessa questão, sou inexorável. Com a medida que o homem medir, será medido. Na proporção em que perdoar, será perdoado. Essa é a lei da caridade, lei permanente e inquebrantável, contra a qual esbarra a vingança sem podê-la jamais derrubar.
A vingança vai contra a lei do amor. Suas consequências são funestas para a alma que carrega semelhante monstruosidade.
Minha doutrina instrui o mundo sobre vícios e pecados, e é bem diferente. Meus mandamentos são bem diferentes, e quem não os cumpre será digno do fogo eterno.
Na Cruz está o perdão. Nessa cátedra sagrada, promulguei o decreto do amor, praticando Eu mesmo, cravado na Cruz, o que havia mandado. Na Cruz, perdoei e supliquei o perdão em prol dos Meus inimigos, dos que ainda blasfemavam contra Mim. Na Cruz, ensinei ao mundo, por meio do Meu exemplo, o remédio da vingança e como se devem perdoar as ofensas. Na Cruz, na Cruz bendita, está o perdão do inimigo, tão valioso quanto desconhecido. Nesse lenho santo, desfazem-se as vinganças humanas, incendeia-se e consome-se essa degradante paixão, nascida do ódio que Satanás Me devota atos as Virtudes de Caridade.
O coracão de Satanás, seu ser inteiro, é feito de vinganca.O eco eterno das suas entranhas,o constante revérbero do seu espirito sombrio é este grito: Vinganca!
Vinganca! Reveste-se Satanás desse grito,desse sibilo eterno que estremece o próprio inferno.Nessa atmosfera, ele vive e respira,e envolve o incauto e débil coracão do homem nesse grito nefando que espalha por toda parte,nesse maldito veneno que corre em suas veias sem jamais consumir-se. Já vereis se é tão horrível o vício e a paixao da vinganca.
Perdao sempre.Que as almas perdoem.Uma alma crucificada sempre perdoa.Aqui tendes o valor da Cruz, da dor, dessa riqueza desconhecida ao mundo e a uma multidão de almas que se dizem Minhas.
Não creiais que,ao falar de vinganca, só Me refira àqueles atos bárbaros praticados por homens cruéis sem princípios nem religião.Falo também das assim chamadas pequenas paixões existentes entre pessoas piedosas e até entre os que dizem Meus.
Esse veneno corrói, carcome e se espalha-horror! -também na Igreja, causando chagas de corrupção nas almas tidas como observantes e puras.Ai! Já não quero mais ver,pelo menos entre as almas do Oásis,a podridão asquerosa da maldita vingança,pois tanto a vinganca carnal como a espiritual são demoníacas e grassam entre os Meus.
Pedi isso a Jesus. Abaixo a vinganca,que,ainda quando é usada em ninha-rias,é sempre grave e abominável aos olhos de Deus. Numa alma vingativa, não faz sua morada o Espírito Santo. Pelo contrário,o Espírito Santo afasta-se horrorizado,porque a vingança é contrária ao Amor.
Oh,miserável Satanás, pai da vingança e inimigo mortal do homem!
Amaldicoo-te,espírito miserável. Hoje descubro-te, jogando tua máscara longe, para que todos te conhecam, te odeiem, te abominem e fujam das tuas tenebrosas e astuciosas maquinacões. (CC 14,191-285)