Vícios opostos às virtudes de humildade
10.Obstinacão
A obstinação nasce de uma infame malícia e traz em suas veias o veneno da impureza, da luxúria e, sobretudo, de uma grande arrogância. Tem em si uma semente infernal. A não ser que a vença uma graça muito especial, geralmente seu fim é a impenitência final e a condenação.
A obstinação é o vício de um coração impuro e orgulhoso. Não tem luz, porque vive envolta no assombro dos pecados que mais cegam a inteligência e cortam toda graça sobrenatural da alma. Esses pecados apartam a alma de Deus, mergulhando-a na morte e na culpa mortal. Jamais a graça ilumina um coração obstinado. A obstinação é um vício horrível que apaga a luz da fé sem que a alma volte a vislumbrá-la.
Há incrédulos que chegam a humilhar-se e, com isso, a salvar-se. Uma alma obstinada, entretanto, jamais se humilha. Desse modo, persistindo em seu pecado, não dobra a cerviz diante de seu Deus e Senhor. Por fim, morre esmagada por uma espantosa cegueira e logo passa tenebrosa noite do inferno.
Essa obstinação é mais castigo que vício.
Castigo terrível da Minha justiça para com as almas impuras, maliciosas e soberbas.
As almas podem condenar-se também por uma obstinação na vida espiritual que se apoia na soberba. A alma que se obstina em juízos temerários, que se detém nos ardis de Satanás, que faz pouco caso dos avisos que a graça lhe envia, oportuna e particularmente, e que, por sua dureza e capricho, insiste no erro, ainda quando se lhe ensine a luz, essa alma perde-se e afunda em vícios espantosos.
Que as almas se detenham, olhem com atenção o terreno que pisam e examinem cuidadosamente sua marcha para que não caiam. Profundíssima humildade, cega obediência, pureza angelical e martírio são os pontos cardeais de toda vida espiritual e as sólidas bases que devem sustentá-la sob a Minha sombra. Que as almas religiosas meditem esses pontos: por eles orientadas, estarão sempre a salvo da confusão e da obstinação.