“O Espírito Santo deve tornar-se o meu Mestre interior, cuja voz “sonet sine sono” (soa sem som). Ele me sugerirá tudo, me recordará tudo o que disse Jesus, me guiará, tomará a direção de todo o meu ser, ajudará a minha fraqueza, suprirá a minha deficiência, cumprirá em mim a minha missão de contínua oração, porque a que valeria a minha oração se não fosse inspirada e valorizada por Ele?
“Ninguém será capaz de dizer: “Senhor Jesus”, a não ser pelo Espírito Santo” (1Cor 12,3), mas “o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir. É o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8,26). Devo pensar que é Ele que reza em mim e por mim, o Espírito Santo que louva Deus em mim, mesmo quando o cansaço ou a aridez ou as distrações me impedem de fixar o meu espírito ou me torna difícil a oração vocal, por exemplo, o rosário e o Ofício; devo então permanecer numa atitude humilde de oração e confiar que o Espírito Santo extrai do meu ser aquele louvor, aquela glória que eu não sei, mas quero dar-Lhe. Tanto que, são os mais belos pensamentos que posso ter?
E será o Espírito Santo que inspirará não só a minha oração, mas também as minhas ações, que presidirá as minhas relações com o próximo e produzirá em mim aqueles frutos admiráveis que são seus dons, como são dons seus todas as virtudes, porque nós sozinhos não poderemos jamais “adquiri-las”. “O fruto do Espírito, porém, é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio” (Gal 5,22). Então também a observância externa, a modéstia, tornar-se-ão irradiação do Espírito Santo. Por isso, como dizem as nossas instruções do Noviciado: “o exercício da modéstia se apresenta como um exercício sobretudo interior que se explica na moderação das potencias, que procura o recolhimento da alma e a sujeita ao Espírito Santo, o qual a atrai, a penetra, a investe, a eleva, esquece de si, até ao louvor e glorificação de Deus. A modéstia é então uma virtude inerente à vida de oração, e por isso é uma virtude sumamente carmelitana; não só, mas a perfeição desta virtude, que é a paz interior e a submissão total ao influxo do Espírito Santo, coincide então, com a plenitude da vida espiritual na alma transformada em Deus pela união de amor. A natureza inferior, que está em nós e que permanece, não deve manifestar-se mais, mas se irradia só o espírito”.
Não se age mais de modo humano, mas de modo divino pelo Espírito Santo que está em nós.
“Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8, 14), esta é a verdadeira vida, a vida dos filhos de Deus.
Esta deve ser a minha vida como Esposa de Jesus.