Vícios opostos às Virtudes de Sacrifício
2. Moleza
A moleza é filha da preguiça, mui íntima companheira do cansaço e do desânimo. A moleza é a comodidade em seu mais alto grau e o desdobramento da sensualidade. Eu abomino esse defeito tão contrário à Minha doutrina e à Minha Cruz. Todo cristão deveria detestá-lo igualmente.
A moleza enfraquece as inclinações da alma para o que é bom, santo e espiritual, adormece o coração, debilita a força e o valor do sacrifício.
A alma de quem se abandona à moleza afasta-se, paulatinamente, dos atos de piedade e da prática dos sacramentos, até abandoná-los por completo e perder-se.
A vida espiritual está em total contraposição à moleza, porque traz em suas veias a atividade e o sacrifício. A dor também se opõe à moleza, pois este defeito, que beira o vício, gosta de repousar numa cama macia de flores perfumadas.
Desgraçada é a alma tíbia! Pagará mui caro a vida cômoda e deliciosa que leva neste mundo.
A moleza é um vício que se opõe a Deus, tirando-Lhe a glória. Também se opõe ao próximo e aos pobres, pelo bem que deixa de fazer. Opõe-se também à alma que dela padece, pelo funesto prejuízo que lhe causa. A moleza é acérrima inimiga da Cruz.
Sua missão é afugentar a alma das virtudes e da vida interior, que tanto bem produzem. A penitência e a mortificação a fazem estremecer.
O sacrifício, a abnegação, o sofrimento e o padecimento voluntário são letra morta para a moleza, que foge até da sua sombra.
O único remédio para esse vício pegajoso consiste no trabalho e no desprezo de si, juntamente à constância, penitência e generosidade.
A alma que não se liberta, pronta e valorosamente, dos braços doces e atrativos da moleza, viverá uma vida quanto menos frouxa, egoísta e inútil, e queimará profusamente no fogo voraz do purgatório.